quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Anos 80, riqueza e glamour


Sem dúvida, a década de 80 foi extremamente intensa e inovadora, lançando tendências em todos os aspectos do cenário cultural. 
Na moda, não seria diferente. Muitos estilos foram criados nos anos 80 e alguns, são recriados atualmente. 



Algumas das mais famosas grifes têm feito interessantes releituras da moda dos anos 80 em suas mais recentes coleções. O atual estilo "retrô" nada mais é do que uma imitação da moda dos anos 80
A moda dos anos 80 expressava alegria, versatilidade, diversão, ao mesmo tempo em que exibia facetas de sensualidade, ousadia e sofisticação. Uma década marcada pela presença de visuais extravagantes e pela ostentação.



O visual exagerado e poderoso dos anos 80 refletia os acontecimentos da época, como o fenômeno "yuppie", composto por jovens workaholics profundamente empenhados na conquista de seu primeiro milhão antes de completarem 30 anos. 
Suspensórios e gravatas coloridas não faltavam no guarda-roupa dos adeptos ao estilo "yuppie". Destaca-se, também, o ingresso das mulheres no mercado de trabalho, competindo porcargos executivos e de chefia. 

O figurino era representado por roupas com cintura e cós altos, ombreiras exageradas, ao lado de pregas e drapeados, usados durante o dia ou à noite. 
Os tailleurs com ombreiras proporcionavam uma aparência poderosa e alinhada.
Os vestidos valorizavam a silhueta feminina, com cintura marcada, saias balonê e mangas bufantes ou "morcego". 



Essa competição entre homens e mulheres por igualdade no mercado de trabalho pode estar direta ou indiretamente relacionada ao estilo "andrógino". 
David Bowie, Annie Lennox do Eurythmics, Peter Burns do Dead or Alive e Boy George do Culture Club são fortes adeptos deste estilo.



Mais de 2 décadas se passaram do surgimento do inesquecível e colorido estilo "New Wave", com peças em cores cítricas, chamativas e fosforescentes usadas em conjunto, numa mistura alegre e vibrante. 
Bandas como The B-52's e Devo foram pioneiras neste estilo, com seus penteados extravagantes e roupas mega coloridas.
Tecidos como o stretch proporcionavam um ar futurista às roupas, enquanto os cortes de cabelo eram assimétricos. 




O gel para cabelo "New Wave", com um cartela de cores vibrantes, proporcionava jogos de tons e contrastes e era demasiadamente utilizado pelos jovens nos anos 80.


O "look molhado" obtido com gel para cabelos, fez a cabeça de homens e mulheres, em penteados marcados por fartas permanentes e altos topetes. 
O Rei e a Rainha do Pop influenciaram fortemente a moda dos anos 80. Michael Jackson, com suas jaquetas coloridas, extravagantes e em material sintético, com uma infinidade de zíperes, e roupas que lembravam fardas militares, sempre com muito brilho e pompa.



Madonna, com muita renda, faixas de tule na cabeça, pérolas, crucifixos, ombreiras, minissaia sobre legging, meia arrastão, maquiagem pesada com olhos bem pintados e batons em cores vivas, cabelos cuidadosamente despenteados, armados, cacheados e na altura dos ombros, num visual rebelde/chique e, é claro, jaquetas jeans, sempre adornadas. 



O jeans teve seu ápice nos anos 80, com calças baggy e semi-baggy. Pool e Staroup são algumas das principais marcas de jeans da época.
Outra característica da época eram os óculos Ray-Ban (marca de óculos, leia-se "rrei-ben", mas que no Brasil popularmente virou simplesmente "rai-ban"). Madonna, Tom Cruise, Michael Jacskon ajudaram o Ray-Ban a virar moda no mundo, e no Brasil, foi uma das principais febres dos anos 80, fazia parte dos mais estilosos oitentistas. 



Nos garotos, o típico estilo New Romantic misturado ao Yuppie e com pitadas da moda: gola alta (às vezes uma simples camiseta), blaser escuro por cima, aberto e o Ray-Ban tradicional.
No Brasil, as jovens encantavam-se com os batons 24 horas, em cores vivas.



A marca de batom Boka Loka foi muito difundida e consumida  e teve seu lançamento vinculado a uma novela da Rede Globo. 
O famoso batom "moranguinho" também marcou aquela época.
Muitas tribos surgiram nos anos 80, cada qual com suas respectivas características.
Houve o boom da ginástica aeróbica, com sua "geração saúde", sempre com muita lycra em suas peças de vestuário, collants e as inesquecíveis polainas, que eram usadas como acessórios casuais. 



O uso de faixas na cabeça virou febre (Bandana). 
Mesmo quem não fazia aeróbica, usava a famigerada faixa para "aprimorar" o visual. 
Cazuza e Xuxa tinham a faixa na testa como sua marca registrada, além do Rambo.
Havia o gosto pra lá de duvidoso das roupinhas de oncinha característico das bandas de "rock farofa" como eram conhecidos os adeptos do estilo musical menos criativo dos anos 80, o rock farofa.
As roupas se tornaram mais práticas, mais sintéticas e o prêt-a-porter se tornou o grande ícone da década. 



Esta atmosfera esportiva e de culto ao corpo acabou levando o moletom e a calça fuseaux para fora das academias e o tênis foi consagrado como o calçado para todas as horas, fazendo ressurgirem os calçados baixos, como mocassins clássicos e multicoloridos. 
Vale recordar marcas como Kichute, All Star (atemporal), calçados estilo "Canon" da marca London Fog, Starsax, calçado iate (a marca OP fez história com seu modelo quadriculado, em todas as cores imagináveis, mas tudo isso veremos no próximo capítulo - Calçados dos anos 80).




Relógio das marcas Champion, que possibilitava a troca de pulseiras em uma ampla gama de cores, com o fenômeno da New Wave, havia a necessidade de usar e abusar das cores, sem precisar comprar um relógio diferente por dia,  e os digitais Casio, 
foram exaustivamente usados nos anos 80. 




E a moda do G-Shock, o relógio à prova de quedas, acidentes, muitos testaram a confiabilidade da propaganda e perderam o relógio, afinal muitos eram paraguaios mesmo, "importados" da famosa Galeria Pagé...


Mochilas e carteiras emborrachadas também eram acessórios obrigatórios para a juventude da época. 
Ir para a escola com uma mochila emborrachada da Fico, era sinônimo de Status, depois surgiram as versões de marcas mais baratas, como a 775, que popularizaram as mochilas emborrachadas, as carteiras da Fico também eram o must da época, e claro também suas cópias, 775, Cairê, que fizeram muito sucesso também.




A gola alta foi retomada com muita força, aliás os New Romantics brasileiros adaptaram completamente a moda.
 Na Inglaterra, A Flock of Seagullls, Duran Duran, Depeche Mode, Visage, Culture Club, usavam maquiagem, lenços no pescoço (que cobriam muitas vezes todo o pescoço) e calças sociais baggy. 



No Brasil as calças sociais dos New Romantics e também dos Yuppies, com linho de altíssimo padrão estavam totalmente fora da realidade econômica e do alcance da maioria da população.



O cinema também teve um papel essencial na difusão das tendências de moda nos anos 80. Os videoclipes, inovadores, que uniam som e imagem, filmes como "Blade Runner" reafirmaram algumas fortes tendências da moda. 
O universo musical era eclético, no qual uma infinidade de bandas lançavam diversas tendências: New Romantics, New Wavers, Darks, Góticos, Metaleiros, Rastafaris...



Luxo, poder e status definem com exatidão os desejos da década de 80. 
A moda e a propaganda apressaram-se em suprir tais desejos, com muito dourados em acessórios de grandes proporções, muita riqueza e glamour.




sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Anos 70, fique por dentro.



A década de 70, rica culturalmente, também foi marcada por  movimentos jovens que refletiram na moda, como os baladeiros da era do disco, punks e os hippies.





Os jovens setentistas romperam a barreira entre o masculino e feminino. O jeans se tornou uma peça unissex por essência e o modelo 501 da Levis, ao lado da jaqueta perfecto e do Converse, virou um clássico. 




Medicinas e terapias orientais chegaram ao Ocidente e elementos étnicos entraram pela porta da frente do mundo fashion pelas mãos de Yves Saint Laurent.
Em meados da década, a estética hippie já perdia sua força. "Era a vez das discotecas" . As pistas de dança, assim, se tornaram grandes passarelas. 




Camisas de cetim, meia-calça de lurex e roupas à base de lycra eram o uniforme dos baladeiros. 
Amantes da natureza, os hippies valorizavam tecidos como algodão, lã e seda. 





Romantismo: Vestidos com babados e estampas de flores davam delicadeza à juventude paz e amor.




Multicultural: Estampas étnicas chegam às passarelas de Paris pelas mãos de ninguém menos que Yves Saint Laurent.






Pacifismo: Jane Fonda participou de movimentos que pediam o fim da Guerra do Vietnã. Caiu nas graças dos hippies e foi alçada à musa de uma geração.





Glam-Rock: A androgenia de artistas como David Bowie agregou calças justas, botas de salto e, sobretudo, a maquiagem ao visual dos homens.





Na pista: O filme Os Embalos de Sábado à Noite traz a febre das discotecas às telas do cinema com John Travolta.






Além da aparência: Entre uma tacha e outra, o movimento punk pedia conscientização política aos jovens. Beleza: Cada tendência foi marcada por um tipo diferente de maquiagem.





Hippies: A região dos olhos era mais valorizada. As sombras e lápis recebiam cores ligadas à natureza, como o verde e o azul. O cabelo tem aspecto natural e ondulado.






Juventude disco: O glitter prata nos olhos e têmporas davam glamour à geração disco. A boca era sempre finalizada por gloss.







Punk: Mais é mais para essa tribo. O cabelo, grande destaque, recebia cores inusitadas, como vermelho e amarelo. Os olhos dramáticos eram febre entre os seguidores.






O estilo dos anos 1970 está na moda. Suas peças amplas, como a pantalona, o maxicolete e o macacão, aliam o conforto à elegância e podem até ir às festas.

sábado, 15 de outubro de 2011

Anos 60, a época que mudou o mundo


Os anos 50 chegaram ao fim com uma geração de jovens, filhos do chamado "baby boom", que vivia no auge da prosperidade financeira, em um clima de euforia consumista gerada nos anos do pós-guerra nos EUA. 
A nova década que começava já prometia grandes mudanças no comportamento, iniciada com o sucesso do rock and roll e o rebolado frenético de Elvis Presley, seu maior símbolo.



A imagem do jovem de blusão de couro, topete e jeans, em motos ou lambretas, mostrava uma rebeldia ingênua sintonizada com ídolos do cinema como James Dean e Marlon Brando. As moças bem comportadas já começavam a abandonar as saias rodadas de Dior e atacavam de calças cigarette, num prenúncio de liberdade.
Os anos 60, acima de tudo, viveram uma explosão de juventude em todos os aspectos. Era a vez dos jovens, que influenciados pelas idéias de liberdade "On the Road" [título do livro do beatnik Jack Keurouac, de 1957] da chamada geração beat, começavam a se opor à sociedade de consumo vigente. O movimento, que nos 50 vivia recluso em bares nos EUA, passou a caminhar pelas ruas nos anos 60 e influenciaria novas mudanças de comportamento jovem, como a contracultura e o pacifismo do final da década.


Nesse cenário, a transformação da moda iria ser radical. Era o fim da moda única, que passou a ter várias propostas e a forma de se vestir se tornava cada vez mais ligada ao comportamento.
Conscientes desse novo mercado consumidor e de sua voracidade, as empresas criaram produtos específicos para os jovens, que, pela primeira vez, tiveram sua própria moda, não mais derivada dos mais velhos. Aliás, a moda era não seguir a moda, o que representava claramente um sinal de liberdade, o grande desejo da juventude da época.


Jean Seberg,

Algumas personalidades de características diferentes, como as atrizes Jean Seberg, Natalie Wood, Audrey Hepburn, Anouk Aimée, modelos como Twiggy, Jean Shrimpton, Veruschka ou cantoras como Joan Baez, Marianne Faithfull e Françoise Hardy, acentuavam ainda mais os efeitos de uma nova atitude.


Na moda, a grande vedete dos anos 60 foi, sem dúvida, a minissaia. A inglesa Mary Quant divide com o francês André Courrèges sua criação. Entretanto, nas palavras da própria Mary Quant: "A idéia da minissaia não é minha, nem de Courrèges. Foi a rua que a inventou". Não há dúvidas de que passou a existir, a partir de meados da década, uma grande influência da moda das ruas nos trabalhos dos estilistas. Mesmo as idéias inovadoras de Yves Saint Laurent com a criação de japonas e sahariennes [estilo safári], foram atualizações das tendências que já eram usadas nas ruas de Londres ou Paris.

Bill Blass

O sucesso de Quant abriu caminho para outros jovens estilistas, como Ossie Clark, Jean Muir e Zandra Rhodes. Na América, Bill Blass, Anne Klein e Oscar de la Renta, entre outros, tinham seu próprio estilo, variando do psicodélico [que se inspirava em elementos da art nouveau, do oriente, do Egito antigo ou até mesmo nas viagens que as drogas proporcionavam] ou geométrico e o romântico.

André Courrèges

Em 1965, na França, André Courrèges operou uma verdadeira revolução na moda, com sua coleção de roupas de linhas retas, minissaias, botas brancas e sua visão de futuro, em suas "moon girls", de roupas espaciais, metálicas e fluorescentes. Enquanto isso, Saint Laurent criou vestidos tubinho inspirados nos quadros neoplasticistas de Mondrian e o italiano Pucci virou mania com suas estampas psicodélicas. Paco Rabanne, em meio às suas experimentações, usou alumínio como matéria-prima.


Os tecidos apresentavam muita variedade, tanto nas estampas quanto nas fibras, com a popularização das sintéticas no mercado, além de todas as naturais, sempre muito usadas.

As mudanças no vestuário também alcançaram a lingerie, com a generalização do uso da calcinha e da meia-calça, que dava conforto e segurança, tanto para usar a minissaia, quanto para dançar o twist e o rock.


O unissex ganhou força com os jeans e as camisas sem gola. 
Pela primeira vez, a mulher ousava se vestir com roupas tradicionalmente masculinas, como o smoking [lançado para mulheres por Yves Saint Laurent em 1966].



A alta-costura cada vez mais perdia terreno e, entre 1966 e 1967, o número de maisons inscritas na Câmara Sindical dos costureiros parisienses caiu de 39 para 17. Consciente dessa realidade, Saint Laurent saiu na frente e inaugurou uma nova estrutura com as butiques de prêt-à-porter de luxo, que se multiplicariam pelo mundo também através das franquias.
Com isso, a confecção ganhava cada vez mais terreno e necessitava de criatividade para suprir o desejo por novidades. O importante passaria a ser o estilo e o costureiro passou a ser chamado de estilista.


Nessa época, Londres havia se tornado o centro das atenções, a viagem dos sonhos de qualquer jovem, a cidade da moda. Afinal, estavam lá, o grande fenômeno musical de todos os tempos, os Beatles, e as inglesinhas emancipadas, que circulavam pelas lojas excêntricas da Carnaby Street, que mais tarde foram para a famosa King's Road e o bairro de Chelsea, sempre com muita música e atitude jovens.

Nesse contexto, a modelo Jean Shrimpton era a personificação das chamadas "chelsea girls". Sua aparência era adolescente, sempre de minissaia, com seus cabelos longos com franja e olhos maquiados. Catherine Deneuve também encarnava o estilo das "chelsea girls", assim como sua irmã, a também atriz Françoise Dorléac. Por outro lado, Brigitte Bardot encarnava o estilo sexy, com cabelos compridos soltos rebeldes ou coque no alto da cabeça [muito imitado pelas mulheres].

Twiggy

Entretanto, os anos 60 sempre serão lembrados pelo estilo da modelo e atriz Twiggy, muito magra, com seus cabelos curtíssimos e cílios inferiores pintados com delineador.
A maquiagem era essencial e feita especialmente para o público jovem. O foco estava nos olhos, sempre muito marcados. Os batons eram clarinhos ou mesmo brancos e os produtos preferidos deviam ser práticos e fáceis de usar. Nessa área, Mary Quant inovou ao criar novos modelos de embalagens, com caixas e estojos pretos, que vinham com lápis, pó, batom e pincel. Ela usou nomes divertidos para seus produtos, como o "Come Clean Cleanser", sempre com o logotipo de margarida, sua marca registrada.
As perucas também estavam na moda e nunca venderam tanto. Mais baratas e em diversas tonalidades e modelos, elas eram produzidas com uma nova fibra sintética, o kanekalon.


Laura Ashley

O estilo da "swinging London" culminou com a Biba, uma butique independente, frequentada por personalidades da época. Seu ar romântico retrô, aliado ao estilo camponês, florido e ingênuo de Laura Ashley, estavam em sintonia com o início do fenômeno hippie do final dos anos 60.



A moda masculina, por sua vez, foi muito influenciada, nos início da década, pelas roupas que os quatro garotos de Liverpool usavam, especialmente os paletós sem colarinho de Pierre Cardin e o cabelo de franjão. Também em Londres, surgiram os mods, de paletó cintado, gravatas largas e botinas. A silhueta era mais ajustada ao corpo e a gola rolê se tornou um clássico do guarda-roupa masculino. Muitos adotaram também a japona do pescador e até mesmo o terno de Mao.


No Brasil, a Jovem Guarda fazia sucesso na televisão e ditava moda. Wanderléa de minissaia, Roberto Carlos, de roupas coloridas e como na música, usava botinha sem meia e cabelo na testa [como os Beatles]. A palavra de ordem era "quero que vá tudo pro inferno".


No ritmo de todas as mudanças dos anos 60, o cinema europeu ganhava força com a nouvelle vague do cinema francês ["Acossado", de Jean-Luc Godard, se tornaria um clássico do movimento], ao lado do neo-realismo do cinema italiano, que influenciaram o surgimento, no início da década, do cinema novo [que teve Glauber Rocha como um dos seus iniciadores] no Brasil, ao contestar as caras produções da época e destacar a importância do autor, ao contrário dos estúdios de Hollywood.


No final dos anos 60, de Londres, o reduto jovem mundial se transferiu para São Francisco (EUA), região portuária que recebia pessoas de todas as partes do mundo e também por isso, berço do movimento hippie, que pregava a paz e o amor, através do poder da flor [flower power], do negro [black power], do gay [gay power] e da liberação da mulher [women's lib]. Manifestações e palavras de ordem mobilizaram jovens em diversas partes do mundo.
A esse conjunto de manifestações que surgiram em diversos países deu-se o nome de contracultura. Uma busca por um outro tipo de vida, underground, à margem do sistema oficial. Faziam parte desse novo comportamento, cabelos longos, roupas coloridas, misticismo oriental, música e drogas.

No Brasil, o grupo "Os Mutantes", formado por Rita Lee e os irmãos Arnaldo e Sérgio Batista, seguiam o caminho da contracultura e afastavam-se da ostentação do vestuário da jovem guarda, em busca de uma viagem psicodélica.

A moda passou a ser as roupas antes reservadas às classes operárias e camponesas, como os jeans americanos, o básico da moda de rua. Nas butiques chiques, a moda étnica estava presente nos casacos afegãos, fulares indianos, túnicas floridas e uma série de acessórios da nova moda, tudo kitsch, retrô e pop.não só a moda, mas também o design e a arte que passaria a ter um aspecto mais popular e fugaz.


Nesse contexto, nenhum movimento artístico causou maior impacto do que a Arte Pop. Artistas como Andy Warhol, Roy Lichetenstein e Robert Indiana usaram irreverência e ironia em seus trabalhos. Warhol usava imagens repetidas de símbolos populares da cultura norte-americana em seus quadros, como as latas de sopa Campbell, Elvis Presley e Marilyn Monroe. A Op Art [abreviatura de optical art, corrente de arte abstrata que explora fenômenos ópticos] também fez parte dessa época e estava presente em estampas de tecidos.



No Brasil, lutava-se contra a ditadura militar, contra a reforma educacional, o que iria mais tarde resultar no fechamento do Congresso e na decretação do Ato Institucional nº 5.
Talvez o que mais tenha caracterizado a juventude dos anos 60 tenha sido o desejo de se rebelar, a busca por liberdade de expressão e liberdade sexual. Nesse sentido, para as mulheres, o surgimento da pílula anticoncepcional, no início da década, foi responsável por um comportamento sexual feminino mais liberal. Porém, elas também queriam igualdade de direitos, de salários, de decisão. Até o sutiã foi queimado em praça pública, num símbolo de libertação.




Os 60 chegaram ao fim, coroados com a chegada do homem à Lua, em julho de 1969, e com um grande show de rock, o "Woodstock Music & Art Fair", em agosto do mesmo ano, que reuniu cerca de 500 mil pessoas em três dias de amor, música, sexo e drogas.